quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Pequeno trecho da instalação
sábado, 15 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Montagem da Exposição
Espalhamos 4.000 calendários no chão e tapamos os fios com carpete.
Re-instalamos o sistema no novo computador e ligamos tudo novamente.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Testes com o sensor
domingo, 9 de novembro de 2008
Um Blog Congênere
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Testes de projeção e interação
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Uma derrota triunfal
31 de outubro de 2008
Um dos aspectos mais detestáveis do "American way of life" é o culto incondicional aos que se dão bem na vida, aos aparentemente vencedores: o fundamentalismo de resultados. Ainda mais execrável é seu complemento, o desprezo absoluto pelos perdedores, pelos fracos, pobres e pequenos, pelos "losers" que não conseguem dinheiro, poder ou felicidade. Ou tudo isso junto, e também beleza, que se tornou um bem de consumo.
Porque vencer a qualquer preço não é um valor civilatório nem moralmente aceitável. É o equivalente capitalista dos comunistas justificando os meios pelos fins. Por isso, numa sociedade ultracompetitiva, ams legalista, democrática e republicana, os que usam atalhos ilegais para "chegar lá" estão em minoria e, se flagrados, são punidos.
Por outro lado, nem todos os "losers" são vítimas de sua própria fraqueza, ignorância opu preguiça. Muitos que são vistos como perdedores são apenas independentes, artistas, intelectuais, até políticos, que fazem o que querem, ou acham que devem, e pagam o preço em dinheiro e tempo perdidos.
No Brasil a tradição é desprezar os bem-sucedidos. Aqui o sucesso é ofensa pessoal, dizia Tom Jobim, vítima constante da inveja e do ressentimento provincianos. Aqui, há um vezo por cultuar perdedores, culpando a sociedade, "todos nós", por escolhas e fracassos individuais. Aqui é sempre diferente, mas desta vez foi mais diferente ainda...
Enviado por Marcelo Braga de BHZ
sábado, 1 de novembro de 2008
Vencedores e Perdedores na sociedade da eficiência. Memórias do treinamento
À medida que eu ia crescendo e me surpreendendo com o mundo dos adultos, as explicações sobre o loteamento do planeta entre os eficientes ricos e os ineficientes pobres iam se tornando mais complexas e refinadas. Na juventude, li o que Adam Smith escreveu: "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu próprio auto-interesse". Desconfio de que Darwin ajudou a consolidar o meu treinamento ao fundamentar a sua teoria da evolução das espécies com a idéia de que, ao sobreviver, os indivíduos mais aptos e adaptados ao meio transmitem as suas características vitoriosas em sucessivas gerações.
Cheguei a pensar que tudo estava confirmado: os mais espertos vão à luta e os mais lesados ficam marcando o tempo e formando a massa de manobra para os primeiros. Essa é uma idéia muito forte. Verdadeira forja e matriz de outros pensamentos que se prestam a uma infinidade de explicações e justificativas. Serve ao fazendeirão, que, entre uma garfada e outra da picanha, explica porque a reforma agrária nunca vai dar certo, pois mais dia menos dia a terra volta a ser explorada por quem é mais competente. Serve para aplacar a culpa dos proprietários de carros luxuosos que param no sinal vermelho observando a miséria do mundo. “Que ninguém questione o duro que dei para conquistar esse carro!”
A idéia dos mais aptos conquistando o planeta também está na base do valor fundamental das sociedades influenciadas pelo american way of life. O senso comum justifica e admite a divisão da sua própria sociedade entre perdedores e vencedores. Os vencedores são aqueles que compreendem o funcionamento dos sistemas vigentes e são capazes de lucrar com eles. O vencedor pode ser simbolizado como a azeitada engrenagem de uma vigorosa máquina. Por definição, o vencedor não está muito preocupado com as grandes questões existenciais sobre os sistemas que opera. O vencedor é pragmático. Basta-lhe a máquina funcionando e provendo (a idéia do auto-interesse de Adam Smith). O vencedor é um sujeito refinado, que opera em graus de exigência e de consumo cada vez mais altos. Já o perdedor é um personagem bem mais ambíguo. Pode ser que ele não compreenda as regras do jogo. Ou que, compreendendo, não concorde com elas. O perdedor não é um bom jogador e se fosse representado como uma engrenagem da máquina seria uma engenhoca que chia e se desgasta com facilidade.
A divisão da humanidade entre vencedores e perdedores traz embutido o pressuposto de que a dinâmica social não pode ser diferente. A idéia da divisão naturaliza o pressuposto. Não há muito a fazer já que as pessoas são diferentes entre si e umas são mais capazes do que as outras. Isso seria um dado da natureza humana.
Esse dado, tornado natural, me lembra de uma afirmação da minha esposa, que foi professora durante alguns anos. Segundo ela, os colégios consagrados, os que têm fama de difíceis, que ostentam altos índices de aprovação no vestibular de universidades igualmente consagradas, na verdade não educam na plenitude do termo. Tais instituições são diligentes em outro processo. Elas simplesmente selecionam. Peneiram. Retêm os melhores alunos e expurgam os piores para escolas menos exigentes. E é justamente nessas escolas menos exigentes onde acontece, muitas vezes, o fenômeno da superação das dificuldades do aprendizado que pode ser chamado de educação.
Na escola consagrada, os vencedores são agrupados. E é curioso como os vencedores gostam de se agrupar. Os clubes sociais como o Lions e o Rotary, algumas sociedades secretas, de ajuda mútua e até mesmo os grupos dos países mais ricos ou o Fórum Econômico Mundial demonstram um princípio fundamental do treinamento para vencedores. Para vencer, é necessário unir esforços. E para unir esforços, é necessário excluir o excedente, o que não rende satisfatoriamente nem pode contribuir muito com a união. Os vencedores ficam muito envolvidos com o funcionamento do sistema e esse comportamento não favorece um posicionamento crítico sobre o contexto. Tais questionamentos nem lhes soam importantes. Os vencedores são pragmáticos e lhes interessa muito mais “dar o duro” do que refletir. Melhor do que refletir é competir, pois não basta ser vencedor. A competição garante a existência do perdedor. E o perdedor, apesar da pecha de ineficiente, não pode faltar na máquina de navegar o mundo do vencedor.
Enviando por Vitor Lúcio de Manaus
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
O Tesouro da Sierra Madre
Visitante Noturno (Editora Conrad, 2008, 128 páginas) reúne duas novelas da lavra de B. Traven (Chicago 1890 - 1969), novelista e romancista americano que é um dos escritores mais misteriosos do século passado. Traven fez do México seu país de morada, resguardando hermeticamente sua real identidade. Seu mais conhecido trabalho é o romance O Tesouro de Sierra Madre, levado ao cinema pelo Diretor John Huston. Diz-se que B. Traven era o autor favorito de Albert Einstein. As fogueiras nazistas costumavam ser alimentadas com os livros de B. Traven. As duas novelas que fazem parte do livro não fogem ao estilo utópico do autor, que fala de aventureiros e lugares remotos, tendo como pano de fundo a selva mexicana. Em “Macário”, a segunda novela, o único sonho do protagonista é comer sozinho um peru assado longe dos componentes de sua numerosa família: esposa e 11 filhos. Entretanto, prestes a realizar seu desejo, três visitantes o interpelam levando o enredo da novela a um desdobramento inusitado. "Macário" foi celebrado pelos escritores argentinos Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Silvina Ocampo e faz parte da “Antologia de la Literatura Fantástica” organizada em 1940, que reúne 81 contos nesse estilo.
Logo na tipografia
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Instalação Audiovisual
A Idéia de Almanaque
A idéia do Almanaque tem uma relação bastante estreita com o tempo e com a noção de sucesso. Temos a tendência de considerar tudo o que não foi apresentado ou visto como fracasso ou como perda, muito embora sejam essenciais ao nosso crescimento. Foi daí que surgiu o conceito da transformação. As coisas que fazemos curiosamente se recusam a morrer e normalmente, muitas vezes sob uma nova roupagem. Criar um Almanaque de fracassos, perdas e transformações é, de alguma forma, uma maneira de reconhecer e valorizar momentos importantes da trajetória das pessoas que a sociedade insiste em não consagrar, seja em função de seu imperativo de eficiência, seja por causa de suas formas habituais de recompensa. Pode-se dizer que o Almanaque é uma obra aberta. A interatividade é pensada como uma espécie de inspiração para quem contribui. Dependendo do tipo de perda ou fracasso que alguém apresenta, acionamos mídias que conferem uma perspectiva menos pessimista sobre o que é considerado falha. Resumidamente, não é um trabalho tão sombrio como o título sugere.
Se objetivássemos demais as categorias, constrangeríamos as possibilidades de contribuição e interação com o Almanaque. Trabalhamos o lugar da poesia, da sugestão, da reflexão sobre o aspecto "não-trágico" das perdas e fracassos. Depoimentos de pessoas que vivenciaram experiências dessa natureza e imagens contemplativas que sugerem a reflexão sobre o tema. Não temos a intenção de colocar nossos processos pessoais acima dos demais. Queremos construir algo em conjunto com o público e a primeira forma assumida pelo Almanaque na Casa do Baile se prestará a enxergar o outro.
SIMBIO
O projeto SIMBIO tem como prerrogativa apresentar uma simbiose entre diferentes formas de manifestação artística: intervenções urbanas, fotografia, design, artes plásticas, graffiti, vídeo e dramaturgia.
Foram convidados para desenvolver traballhos os seguintes artistas: Cláudio Santos, Fred Paulino, Grace Passô e Roberto Bellini. Cada um deles convidou outros dois de diferentes áreas. Outras conexões acabaram acontecendo e o projeto cresceu.
A exposição foi realizada na Casa do Baile entre 14 e 30 de novembro - terça a domingo - Casa do Baile – Av. Otacílio Negrão de Lima, 751 - Pampulha